miércoles, 30 de marzo de 2005

Discos dedicados (III)

É pau, é pedra,
é o fim do caminho,
é um resto de toco,
é um pouco sozinho.

É um caco de vidro,
é a vida, é o sol,
é a noite, é a morte,
é um laço, é o anzol.

É peroba do campo,
é o nó da madeira.
Caingá, candeia,
é o Matita Pereira.

É madeira de vento,
tombo da ribanceira.
É o mistério profundo,
é o queira ou não queira.

É o vento ventando,
é o fim da ladeira,
é a viga, é o vão,
festa da cumeeira.

É a chuva chovendo,
é conversa ribeira
das águas de março,
é o fim da canseira.

É o pé, é o chão,
é a marcha estradeira,
passarinho na mão,
pedra de atiradeira.

É uma ave no céu,
é uma ave no chão,
é um regato, é uma fonte,
é um pedaço de pão.

É o fundo do poço,
é o fim do caminho.
No rosto o desgosto,
é um pouco sozinho.

É um estrepe, é um prego,
é uma ponta, é um ponto,
é um pingo pingando,
é uma conta, é um conto.

É um peixe, é um gesto,
é uma prata brilhando,
é a luz da manhã,
é o tijolo chegando.

É a lenha, é o dia,
é o fim da picada.
É a garrafa de cana,
o estilhaço na estrada.

É o projeto da casa,
é o corpo na cama,
é o carro enguiçado,
é a lama, é a lama.

É um passo, é uma ponte,
é um sapo, é uma rã,
é um resto de mato,
na luz da manhã.

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau,
é João, é José,
é um espinho na mão,
é um corte no pé.

É um passo, é uma ponte,
é um sapo, é uma rã,
é um belo horizonte,
é uma febre terçã.

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Águas de Março, Antonio Carlos Jobim.


Ayer en Barcelona llovía...

Y este monstruo del averno no me dejaba colgar posts.

2 comentarios:

Anónimo dijo...

Si lo tratas de esa manera no me extraña que se te rebele. ¿Acaso no tiene derecho a tomarse unas vacaciones de Semana Santa?. Aunque seguramente las alargó solo para cabrear al cacho agnóstico de su dueño.

Sota dijo...

No, no tiene ese derecho. Sobretodo cuando yo me la he pasado currando sin parar de 21 de Marzo a 1 de Abril, y me muero mucho.

Y si lo que pretende es cabrearme, que le pregunte a la impresora lo que puede pasar... Ah, no, espera, que no puede. Que la impresora está en el contenedor de la basura, inutil pa' los restos...

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